Padre Adriano Carvalho viverá uma missão pela qual esperou mais de 11 anos na diocese de Floresta, no Sertão Pernambucano.
Em 9 anos morando em Paulo Afonso, o Padre passou rapidamente pela paróquia Sagrada Família, no BTN, cerca de 4 meses, até chegar à Perpétuo Socorro nesse período que já dura oito anos e só será interrompido com a missa de envio, no dia 1º de setembro, às 18 horas, na igreja matriz.
Paróquia que Padre Adriano é o auxiliar do pároco Gilmar, e apaixonado. “Amo a minha perpetinha”, gosta de brincar.
“A Perpétuo é uma paróquia totalmente urbana, exige de nós padres esse entendimento por essa diversidade de realidades. Enquanto a Matriz abrange o centro de Paulo Afonso – bastante desafiadora, onde estão presentes as faculdades [polos] e a Fasete-, temos as comunidades situadas nos bairros periféricos: Perimetral, São Vicente, Barroca, Siriema, Pedra Cumprida, Boa Esperança etc., são áreas onde encontramos também situação de vulnerabilidade social.”
Deixar temporariamente a diocese de Paulo Afonso
Padre Adriano explicou que sua saída temporária da diocese de Paulo Afonso, só foi possível pelas mudanças estruturais dos últimos anos, promovida na gestão do bispo dom Guido Zendron, como a formação de mais de 20 padres e também por uma questão pessoal: a morte dos seus pais, no ano passado.
“Não foi de repente, eu já vinha amadurecendo a ideia há alguns anos. Em 2010 eu tive a experiência de conhecer a arquidiocese de Belo Horizonte [Minas Gerais] passei 4 messes lá – quando havia saído de Antas [Padre Adriano foi pároco de lá por 10 anos]. Desde então sentia vontade de fazer missão em outra diocese, mas voltei para cá, porque o nosso amor primeiro é servir a nossa diocese como sempre eu servir; também porque eu tinha meus pais idosos, com saúde fragilizada, quis muito estar bem próximos deles. Ano passado Deus os levou. A vontade de sair permaneceu e aí eu passei a conversar com os colegas padres, com as pessoas e com o nosso bispo dom Guido; cheguei a decisão que não tomei sozinho, porque Deus prepara tudo. Nesse período tive contato com a diocese de Floresta, vimos a necessidade que eles têm de padres. É uma região no Sertão de Pernambuco com muitos desafios sociais, e eu sempre quis ter a disposição em servir a uma diocese pobre e carente no sentido de padres. No projeto que eu fiz me identifiquei bastante, por outro lado, o bispo dom Gabriel Marchesi foi muito acolhedor.”
Quanto ao bispo dom Guido?
Padre Adriano conversou com o bispo, também missionário e disse que não houve qualquer impedimento por parte dele.
“O bispo me disse: “como eu posso negar a você um pedido desses se eu sou missionário, vim de longe e quando decidir vir também recebi apoio.”
Segue Padre Adriano: “então dom Guido foi bastante aberto; graças a Deus a diocese hoje tem um número bom de padres que atende razoavelmente as nossas paróquias. Há também uma outra mudança: a nossa diocese que antes recebia padres estrangeiros, hoje pode enviar missionários nessas missões ad gentes como nós chamamos.”
A experiência na chancelaria
Padre Adriano substitui ao Padre Gilmar no serviço de chancelaria da diocese desde 2014, e com a decisão da sua ida para Floresta, dom Guido elegeu o vice-chanceler, Padre Marcílio Reis [Paróquia de Santo Antônio- Glória] que assumirá então a titularidade.
Assessor espiritual do movimento Cursilho de Cristandade
A presença de Padre Adriano ajudou ao movimento Cursilho de Cristandade que cresceu e hoje está à frente da assessoria do Cursilho Regional, Bahia e Sergipe I.
“Eu fui um padre realmente presente, o Cursilho tinha essa carência, eu fiz o possível para acompanhá-los; e vou continuar com assessoria do regional – porque abrange outros estados e a distância não é tamanha que impeça o trabalho.
Padre Adriano e Padre Gilmar: admiração, respeito e unidade
“Uma pessoa a quem serei sempre muito grato é o Padre Gilmar. É meu conterrâneo, um pouco mais velho de Padre do que eu; sempre mantivemos o diálogo aqui na paróquia, o respeito. Tanto eu como ele não tínhamos essa diferença de ser pároco ou vigário, sei bem qual é o papel dele e o meu – que é ser apoio ao pároco. No decorrer desses oito anos na paróquia sempre quis ser um vigário em comunhão com Padre Gilmar, isso fez crescer mais a amizade, o respeito e a fraternidade. Isto é notório em nossas lideranças, os leigos sempre perceberam isso e acham bonita essa unidade que construímos nesses oito anos de convivência, também a compressão dele com as minhas limitações que me deixa eternamente grato.”
Para os leigos:
“Vou levar todos no coração. Vou levar um pouco de cada um e deixar também um pedacinho de mim, da nossa amizade e boa convivência por todos esses anos. Quero agradecer a todos, porque a palavra gratidão não tem como expressar em palavras, mas em gestos; então eu sou um eterno grato pela amizade que construí em Paulo Afonso; ao Cursilho, às novas comunidades, às escolas, faculdades, aos amigos do Exército,e às instituições pelas quais passei representando o bispo e aos meus colegas padres.”
Padre Adriano informou ainda que a missa de acolhida na Catedral de Bom Jesus dos Aflitos, em Floresta, será no dia 15 de setembro, um domingo.
Fotos: Nildinho Ventura.