22 de novembro de 2024

Dom Jackson Berenguer Prado: In Memoriam

Recordamos neste dia 02 de agosto, 17 anos da Páscoa definitiva do primeiro Bispo da Diocese de Paulo Afonso, Dom Jackson Berenguer Prado, o pastor e reitor que se atentava com as vocações sacerdotais. Atualmente na Diocese, o Seminário Propedêutico instalado em Paulo Afonso, leva consigo o seu memorável nome.

 

Dom Jackson, nasceu no dia 4 de maio de 1918, na freguesia de Sant’Ana do Tucano, município baiano. Era um homem de família nobre, os Berenguer de Salvador, sobrenome de sua mãe.

Foi ordenado sacerdote em 13 de junho de 1943, dia em memória a Santo Antônio de Pádua, pelas mãos de Dom Frei Henrique Golland Trindade, em Senhor do Bonfim. Em 3 de Agosto de 1958 foi Ordenado Bispo na Arquidiocese de São Salvador, sendo designado para Diocese de Vitória da Conquista. Seu lema: sunt omnes fratres, “Somos todos Irmãos”.

Em 1971, chegava nas terras do município de Jeremoabo, acompanhado da grande caravana de Sacerdotes de sua segunda Diocese, Feira de Santana. Na manhã do dia 8 de outubro de 1971, juntou-se aos fiéis pauloafonsinos para então ser empossado na Catedral de Nossa Senhora de Fátima, tornando-se o primeiro Bispo da Diocese de Paulo Afonso. A cerimônia de posse foi realizada com Missa Solene presidida por Dom Jackson e concelebrada pelos demais Bispos e Sacerdotes presentes.

Sua presença pastoral na região de Paulo Afonso, começou bem antes da implantação da Diocese. Na década dos anos 40 e 50, o então Padre Jackson foi pároco de Euclides da Cunha, atendendo também Abaré, Macururé, Chorrochó e Rodelas. O Núncio Apostólico enumerou três razões que motivarão sua nomeação a Bispo: A preocupação com as vocações sacerdotais, o trabalho de evangelização no sertão e a devoção a Imaculada Virgem Maria.

Nos 12 anos em que foi o Bispo de Paulo Afonso, realizou obras de grande importância para a Diocese: O Centro Comunitário de Glória, as Casas da Criança IV e V, capelas e escolas em vários povoados, o prédio do Lar Sacerdotal. Se dedicou aos pobres, estimulou a Pastoral Social através da Sociedade de São Vicente de Paulo; construiu para o bom funcionamento da Diocese a Cúria Diocesana ao lado da Catedral, construiu a nova residência episcopal, criou a paróquia de Antas e empossou seu primeiro vigário Mons. José Dias Lima.

 

 

Resolvia os problemas das escolas da Liga Social Católica e até mesmo das escolas estaduais nos gabinetes governamentais. Recordando os anos de andanças pelo sertão e desafios que apareciam pelo o caminho, empenhou-se para que cada paróquia tivesse um meio de transporte para facilitar o serviço de evangelização. Incentivou o Grupo Bíblico, o Cursilho de Cristandade, o Apostolado da Oração, os grupos de jovens. Preocupou-se muito com as vocações sacerdotais, trouxe padres e religiosas, além de criar novas paróquias e ressaltar os retiros espirituais, as assembleias e encontros de avaliação na Diocese.

Mas, foi no púlpito e especialmente no confessionário, que Dom Jackson se destacou um verdadeiro missionário. Suas visitas pastorais tinham caráter de Santas Missões. Gostava imensamente das Missões populares acompanhado de um ou dois missionários em geral Capuchinhos, Franciscanos ou Seculares para ajudá-lo naquele movimento de verdadeira renovação espiritual pelos os sertões. Por várias vezes visitou todas as paróquias e capelas, seguindo à risca os ensinamentos da Igreja, conforme a liturgia pré-vaticano II. Suas celebrações eram realizadas de costas para o público, e pronunciava homilias de fácil entendimento, apesar de algumas palavras em latim.

Quando percebeu que o peso dos anos poderia ser um obstáculo à atividade pastoral, afastou-se, abrindo espaço para a vinda de outro pastor. O primeiro Bispo de Paulo Afonso, realizou sua páscoa definitiva no dia 2 de agosto de 2005, em Salvador, onde morava com a sua irmã e o cunhado, dona Elza e seu Francisco. Descansa nas terras de sua cidade natal, em Tucano.

 

Referências:
Arquivos Diocese de Paulo Afonso,
Arquidiocese de Vitória da Conquista,
Documento XII Colóquio Nacional e V Colóquio Internacional do Museu Pedagógico,
Folha Sertaneja.

 

Por Pastoral da Comunicação / Diocese de Paulo Afonso

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