Neste domingo 30, o bispo dom Guido Zendron celebrou a festa de São Pedro e São Paulo na comunidade do bairro Siriema, linha limítrofe da paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
“Vai pescar homens”
O bispo refletiu o encontro entre Jesus e Pedro lembrando que a noite sem fartura é uma realidade para milhares de famílias hoje no município, cujos chefes estão desempregados e afirmou que é dever do batizado orientar as pessoas que se encontram em situação difícil:
“É hoje a situação de muitas pessoas até aqui nos bairro, quantas pessoas talvez perderam o trabalho ou não têm um salário digno?, quantas pessoas ficam desiludidas diante da situação e procuram alternativas nem sempre saudáveis?; a responsabilidade do batizado é aquela que procura as pessoas e procura abraçar não somente a vida espiritual, mas a totalidade das pessoas, os problemas fora da igreja.”
“Até dentro da igreja nós estamos com medo da unidade. Achamos que o outro é um concorrente, é de outro grupo, é de outra comunidade ou movimento; na homilia de Pentecostes o Papa falava que corremos o risco de criarmos limites e daí a passar a ser uma seita o percurso é simples. Por isso é importante que nós cresçamos numa dimensão de unidade que, apesar de passarmos por problemas sabemos que ele é menor que a família a qual eu pertenço. É maior que meu problema, que meu fracasso e olha para mim procurando acompanhar a minha vida.”
A cegueira de São Paulo
Ao falar do apóstolo Paulo, da perseguição aos cristãos e da cegueira após o encontro com Cristo, o bispo disse que hoje ela acomete principalmente a população jovem.
“São Paulo caiu e ficou cego, eu penso em muitas pessoas hoje, adultos, e especialmente os jovens, que enfrentam a vida, achando que a força deles, a inteligência e o que eles têm vai resolver os problemas, na realidade se encontram como cegos. Quantas vezes encontramos pessoas que não enxergam mais o sentido da vida; quantas vezes encontramos pessoas de uma fragilidade enorme que, diante de qualquer dificuldade se desesperam. Jesus vem e pergunta a Saulo: ‘Saulo, Saulo por que me persegues?’, e faz a mesma coisa a cada um de nós: ‘Por que não me acolhe como aquele que ajuda a enxergar o caminho para o céu?’
“Assim como Jesus se identifica com os irmãos perseguidos por Saulo, nós cristão, não podemos ser indiferentes diante de tantas pessoas, aqui no bairro que não são batizadas, que não mais alcançadas pela ternura de Cristo e vivem como se fossem cegos.”
“O cristianismo nem é doutrina nem moralismo”
“Quem se aproxima de Jesus nunca pensou que ele fosse a segunda pessoa da Santíssima Trindade, que era filha da Virgem Maria, nada disso, se chegava porque ninguém falava colo Ele, nem olhava ou amava o destino das pessoas, sabe até dos cabelos da minha cabeça; então sermos cristãos católicos é vibrarmos e deixar que a força do Espírito Santo nos toque, nos entusiasme e nos coloque dentro da vida sem lamentar, sem falar mal dos outros.”