19 de março de 2024
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História da Diocese

Diocese de Paulo Afonso uma história
de 42 anos com raízes seculares

Há sempre uma interrelação entre o município em desenvolvimento e as instituições que nele se criam. O município de Paulo Afonso tem 55 anos e dentre as muitas instituições que foram se estabelecendo, ao longo de sua história, está a Diocese de Paulo Afonso, há 42 anos.

Com o passar dos anos a grande dimensão territorial das áreas administradas pela Igreja Católica, através de suas dioceses, tornou esta gestão muito difícil e complicada, como era o caso da Diocese de Bonfim, da qual fazia boa parte do território baiano, inclusive todo o território que hoje é a Diocese de Paulo Afonso, que abrange mais de 20 municípios e outro tanto de paróquias.

Estudiosos também apontam como elevado grau de dificuldade de gestão o fato de, na área de abrangência da Diocese, o IDH da maioria dos seus municípios ser os mais baixos do Estado da Bahia.

Em documento histórico produzido na gestão do bispo Dom Aloysio Penna, em novembro de 1987, já se destaca que “a mais remota história de Jeremoabo nos fala de capelães mantidos pelos senhores da Casa da Torre, a presença de Jesuíta… Coube ao zelo do Arcebispo Dom Sebastião Monteiro da Vide (1702-1722) elevar a missão à categoria de Freguesia… A paróquia de Jeremoabo seria o grande centro irradiador da fé em pleno coração do sertão”.

Estes fatos levam os pesquisadores a assegurar que a história da Diocese de Paulo Afonso, mesmo que ainda sem essa nomenclatura “deve ter origem no Século XVI” e atribui a Jeremoabo, hoje, uma das paróquias desta diocese e a sua secular Igreja Matriz, a condição de “mãe de toda a Diocese de Paulo Afonso”.

A Igreja tem se mostrado ao longo dos séculos como instituição acolhedora dos mais humildes e desprotegidos da sociedade o que lhe faz com que a sua atuação vá bem além dos valores espirituais e se volte para ações sociais de grande porte buscando, para isso, a parceria com instituições outras, públicas e privadas.

É o caso da Diocese de Paulo Afonso que mantém seminários, casas de acolhida de idosos, crianças e mulheres, escolas e um sem número de outras atividades tão necessárias nesta região semi-árida, de quase 30 mil quilômetros quadrados onde vive uma população de cerca de 500 mil pessoas, nesse “grande pedaço do Sertão”, como diz o Padre Celso da Anunciação, da paróquia de São Francisco, em Paulo Afonso. Sua área de jurisdição vai de Abaré, Rodelas e Glória, na divisa com o Estado de Pernambuco, inclui Paulo Afonso, onde está a sede da administração diocesana e a residência do bispo, Santa Brígida, Pedro Alexandre, Coronel João Sá e Paripiranga, cidades que fazem divisa com os estados de Alagoas e Sergipe, vai até Ribeira do Pombal e se estende ainda pela região de Canudos.

Embora as ações pastorais na região remontem ao Século XVI, a Diocese de Paulo Afonso foi criada em 14 de setembro de 1971 por autorização do Papa João Paulo VI, através da Bula Papal “Pastoral Munus” e foi instalada em 8 de dezembro do mesmo ano.

A Diocese, nesses anos, tem sido presença decisiva no apaziguamento de ânimos como nos antigos conflitos que envolviam a Chesf e os sindicatos e, através de suas Pastorais, na busca de programas de apoio ao homem e a sua convivência com a seca e outras tantas formas de agressão a que os mais necessitados sofrem em sua caminhada por esta região sertaneja.

A história desta diocese é um grande e importante capítulo da história do próprio município de Paulo Afonso e não pode ser ignorada nem esquecida porque é através da avaliação dos registros históricos que se pode planejar os próximos passos, o futuro.

Texto: Antônio Galdino da Silva